26/03/2014

Cultura

50 anos do Golpe Militar de 1964

50 anos do Golpe Militar de 1964

Em 2014, o golpe que instaurou a Ditadura Militar no Brasil completa 50 anos. No período em que os militares estiveram no poder, a educação passou por duas reformas. Em 1968 nas universidades, e em 1971 no ensino básico, quando foram criadas disciplinas como Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e Educação Moral e Cívica.

De acordo com o Prof. Carlos Renato Hess, do Curso de História do Unilasalle Canoas/RS, o golpe de 1964 no Brasil e a instalação de um regime de exceção fizeram parte de um contexto mais amplo do que o estritamente nacional. 

“Em praticamente toda a América Latina, nos anos de 1960, 70 e 80, ocorreram situações similares, o que não se constituiu em mera coincidência. Inseridos na órbita de influência continental dos Estados Unidos, os Estados latino-americanos estavam necessariamente envolvidos na ‘Guerra Fria’, com funções determinadas de combater a insurgência de caráter crítico ao capitalismo e ao imperialismo da potência da América do Norte. Conjugam-se, pois, interesses internos, conservadores, e externos, imperialistas, para o advento dessas ditaduras, dando-lhes uma face civil-militar. O fim da liberdade de expressão, as perseguições, prisões, torturas, desaparecimentos e mortes são aspectos cotidianos de um regime que procura aniquilar fisicamente os seus inimigos e sepultar suas ideias”, afirmou o docente. 

Nas unidades educativas da Rede La Salle, a temática da Ditadura no Brasil será trabalhada de maneira especial neste ano e de modo interdisciplinar. No Colégio La Salle Dores, de Porto Alegre/RS, por exemplo, turmas da 8ª série do Ensino Fundamental realizarão um projeto sobre este período da história brasileira, reunindo as disciplinas de História, Geografia, Português e Arte. “A iniciativa objetiva fazer uma remodelagem de como essa época interferiu na música, na imprensa, no modo de vida dos brasileiros”, explicou Ricardo Backes, professor de História.   

Já o Unilasalle Niterói/RJ, com o projeto “Tardes Históricas”, que será lançado em 03 de abril, inicia série de palestras gratuitas com reflexões sobre o cinquenterário. A primeira apresentação será com o historiador e articulista da GloboNews Francisco Carlos Teixeira. 

“A experiência nefasta destes anos de ditadura no Brasil e a luta pelo seu encerramento contribuem para o fortalecimento da liberdade de expressão e da democracia, mas também devem instituir um sentimento de vigilância constante para garantir suas conquistas e avançar e, também, evitar que as forças conservadoras possam novamente colocar-se à frente da nação”, analisou Carlos Renato Hess. 


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