As escolas se preparam para implementar a partir do próximo ano o novo Ensino Médio, segundo o que determina a Lei nº 13.415/2017. As principais alterações dizem respeito ao aumento de carga horária e ao currículo escolar. A partir de itinerários formativos, os estudantes irão se aprofundar em suas áreas de conhecimento de maior interesse (Matemática e suas Tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias; Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas) e/ou nos conhecimentos da formação técnica e profissional (FTP).
Os alunos também cumprirão a Formação Geral Básica, relativa às áreas essenciais e correspondente a 1.800 horas de estudo. Outras 1.200 horas dizem respeito aos itinerários formativos, de forma que o novo Ensino Médio será concluído a partir da integralização da carga horária de 3.000 horas. Antonio Pina, coordenador interino do Ensino Médio e supervisor pedagógico do Colégio La Salle Abel, acredita que a partir de agora “os alunos já começam a desenhar a carreira que irão seguir para fortalecer seus saberes sobre a área escolhida desde o início do Ensino Médio”.
A oportunidade de escolha de um itinerário pode representar o primeiro passo rumo a uma carreira, além do desenvolvimento de habilidades cruciais para a formação do estudante, antes mesmo do ingresso na faculdade. Porém, alguns especialistas e entidades da área educacional fazem ressalvas quanto às mudanças no currículo escolar, em especial para os alunos das escolas públicas. “Os itinerários formativos me preocupam porque destacam a relevância do contexto local e há um risco de precarização e homogeneização. Como nós vamos garantir que todas as escolas, em todos os lugares, vão ter condições de oferecer tantas possibilidades de itinerários?”, indaga Cristiane Gonçalves, doutora em Educação pela Uerj e integrante da Coordenação de Educação na Diferença/SME. Cristiane expôs suas preocupações quanto a essas mudanças durante a Aula Inaugural de Pedagogia e História realizada em setembro no Unilasalle-RJ.
Na Rede La Salle, a nova estrutura pedagógica pensada para o segmento reforça o emprego de metodologias ativas, aulas práticas, criatividade, inovação e empreendedorismo no cotidiano dos secundaristas. Os colégios da Rede terão aulas baseadas em eixos estruturais que dialogam com o que já vinha sendo implementado, porém serão adaptados à realidade do Novo Ensino Médio. Os eixos são: Investigação Científica, com foco em trazer a pesquisa para a realidade do aluno; Processos Criativos, incluindo a utilização de diferentes manifestações linguísticas, culturais e científicas; Mediação e a Intervenção Sociocultural, que visa garantir o desenvolvimento da dimensão social nos estudantes, através do contato com a comunidade; e Empreendedorismo, instigando nos alunos as suas aspirações pessoais e as ações em prol delas.
No Abel, as expectativas são altas, já que têm sido divulgados conteúdos relacionados às propostas para o Ensino Médio. “Nós já tivemos uma reunião com o coordenador do EM, temos o Grêmio Estudantil, que sempre está em contato conosco, e eu acompanho as redes sociais do colégio, que já começaram a compartilhar informações sobre o assunto”, conta Gustavo Gutierrez, do 9º ano B, que irá viver essa transição em 2022.
As implementações no Abel irão começar de forma gradual e ainda estão sendo organizadas pela coordenação. O que pode ser uma grande mudança para os estudantes, torna-se uma oportunidade de reforçar os laços entre escola e universidade, desenvolvendo novos saberes e descobertas. “Os estudantes vão poder focar mais na sua carreira, conhecer mais o ambiente universitário e expandir um universo de conhecimentos para a formação que irão escolher”, afirma Pina. Gutierrez, por sua vez, frisa que os itinerários podem auxiliar os alunos no que diz respeito ao ingresso no Ensino Superior: “Quando estudamos para o vestibular, muitos já têm uma carreira em mente. Com isso, podemos focar mais nos estudos da área que queremos seguir. Os itinerários vão nos deixar mais preparados”, conclui.
Por Camila Reis
Comunicação e Marketing La Salle Abel
(As fotos desta matéria foram feitas durante visitações de alunos do Ensino Médio no Unilasalle-RJ, centro universitário que faz Rede com o colégio)