A formação integral do aluno é um dos princípios do La Salle Abel. Há mais de 65 anos, o Colégio é referência educacional, mas, para além da tradição, os novos métodos de ensino são cada vez mais valorizados no espaço escolar. Buscando a evolução no processo de formação dos alunos, o projeto Telefone Sem Fio é um exemplo de que tecnologia e inclusão são aliadas à educação de qualidade para todos.
Criado pelos professores Eduardo Levy, responsável pela Tecnologia Educacional, e Isabela Freitas, coordenadora do setor de Atendimento Educacional Especializado (AEE), o projeto tem como objetivo ajudar no processo de leitura, escrita e fala de crianças com necessidades especiais, proporcionando uma experiência coletiva e valorizando a comunicação entre os alunos por meio de um passatempo popular. Levy, que já tinha criado outros projetos dentro do Colégio, desta vez teve “a certeza e o desejo de que fosse criada uma máquina para diferenciar dos outros projetos, usando a parte visual para despertar o interesse e a curiosidade na criança”.
Com a ajuda de um tablet, um código aberto do Google modificado, caixas de papelão, fones de ouvido e caneta touch, o projeto se tornou mais lúdico e funcional. Dessa forma, a ferramenta passou a buscar o entendimento de todos os tipos de grafia para captar com mais precisão a mensagem que seria passada sonoramente. Durante a primeira experiência, o interesse natural dos alunos pela máquina surpreendeu positivamente os professores. Foram necessárias apenas instruções básicas e uma breve apresentação da ferramenta para que o processo de comunicação e aprendizagem entre os estudantes ocorresse. “Por se tratar de uma brincadeira, a criança não se preocupa muito com o certo e o errado, e a correção acontece de forma natural, através do desejo da própria criança em acertar a escrita para que a mensagem seja passada sem nenhum erro”, disse Levy.
A relação de interação entre as crianças é fundamental para o processo de socialização daqueles que apresentam uma resistência quanto à aproximação, como, por exemplo, os casos de espectro autista. Nos primeiros momentos de utilização do equipamento, esse ponto de socialização ficou bem evidente. Segundo Eduardo Levy, “alunos que vinham apresentando dificuldade de interação se mostraram bem confortáveis com a presença e participação dos outros colegas durante a utilização da máquina”.
Para Isabela Freitas, coordenadora do AEE, o projeto cumpriu o seu papel: “Ver no rosto de cada criança a satisfação e comprovação do que cada um escrevia através da parte sonora, comprova tudo o que idealizamos para o projeto”. O êxito do projeto trouxe também ideias para propostas futuras: Eduardo e Isabela estão pensando em mais ferramentas que possam auxiliar o desenvolvimento de crianças com deficiência e já possuem estratégias para um próximo projeto que ajudará alunos com dislexia.
Por: Lucas Pão | Revisão: Camila Reis
Fotos: Clarisse Eichler e Lucas Rocha