22/06/2017

Eventos

Mesa de Debates sobre Infância e Adolescência

Mesa de Debates sobre Infância e Adolescência

A atenção à saúde emocional de crianças e adolescentes, o cuidado com a exposição dos pequenos às diferentes mídias, a importância de se estabelecer regras e limites na criação dos filhos e os perigos oferecidos pela internet foram alguns dos assuntos abordados pelos psiquiatras infantis Dr. Fabio Barbirato e Dr. Nelson Macedo, e pela delegada de Polícia Civil Dr.ª Camila Pegorim, convidados para a Mesa de Debates promovida pela supervisão pedagógica de nossa Instituição, na noite do 20 de junho, no Teatro Abel. O evento contou ainda com a mediação das professoras de Redação do colégio Cristina Margalho (Ensino Médio) e Talita Rosetti (Fundamental II).

Ex-aluno Perseverante do La Salle Abel, Dr. Fábio Barbirato, membro da Academia de Psiquiatria Infantil dos Estados Unidos e chefe e fundador do setor de Psiquiatria Infantil da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, fez questão de destacar que quando o assunto é educar os filhos “não existe manual, o que existe é o bom senso”. Segundo ele, “Ser pai e mãe pressupõe ter autoridade, não autoritarismo. É sim uma relação de amizade, mas que não deve ser confundida com permissividade. Os responsáveis têm a obrigação de saber o que os filhos fazendo, com quem se relacionam, principalmente na internet, nas redes sociais. Crianças e adolescentes não devem ter toda essa privacidade, que tanto se fala, e os pais não devem ter o receio de invadi-la, ou serão coniventes com futuros problemas que venham a acontecer.”

O psiquiatra também propôs uma reflexão sobre a exposição das crianças à mídia e apresentou algumas recomendações da Academia Americana de Pediatria e da Sociedade Canadense de Pediatria, do ano de 2014, que estabelecem alguns limites para o acesso a celulares, games, TV e internet como: até 2 anos de idade – nenhum acesso; de 2 a 5 – tempo limitado de 1 hora diante das telas; de 6 a 12 – até 2 horas de exposição; a partir dos 13 anos – até 3 horas.

Outro ponto abordado por Fabio Barbirato refere-se à importância de se cultivar o hábito de realizar, pelo menos, uma refeição em família. De acordo com o médico, pesquisas da área de saúde demonstram que tal prática pode afastar os adolescentes do álcool e de outras drogas.

Integrante da equipe de Barbirato na Santa Casa da Misericórdia, o também psiquiatra infantil niteroiense Nelson Macedo alertou as famílias presentes ao evento sobre os sinais que crianças e adolescentes podem dar, indicando que algo não está bem, e ainda destacou o importante papel dos responsáveis na formação desses jovens: “Os pais devem estar sempre muito atentos às alterações abruptas de comportamento, pois filhos não mudam ou desenvolvem transtornos de uma hora para outra, é um processo, que, na maioria das vezes, está relacionado a questões familiares. Além disso, os filhos precisam ter nos pais uma figura de confiança, precisam tê-los como referência”, enfatizou o médico, que ainda completou: “Precisamos ganhar nossos filhos, mas, para isso, temos que dedicar parte do nosso tempo a eles!”

Nelson Macedo ainda mencionou a importante e, ao mesmo tempo, delicada relação entre Escola e Família, defendendo que “a escola tem o papel de ensinar, mas a responsabilidade de educar é da família. A escola permeia, ajusta, auxilia, mas a base da educação deve vir de casa.”

Já a delegada de Polícia Civil Camila Pegorim, também ex-aluna “Canetinha de Ouro” do La Salle Abel, falou sobre os perigos da internet, não apenas para crianças e adolescentes, mas também para adultos. “Todos devemos estar sempre muito atentos, pois nenhum de nós está livre de golpes”, explicou Camila, reforçando ainda a necessidade dos pais limitarem o acesso dos filhos à rede. “Muitas vezes, os responsáveis acreditam que, pelo fato dos jovens estarem dentro de casa, eles estão mais seguros, mas o livre acesso ao computador pode colocá-los em situações de risco ainda maiores. E não apenas como vítimas de pessoas mal intencionadas, mas também no papel de autores de injúrias, calúnias e difamações, por imaturidade e falta de supervisão.”

Ela esclareceu que os adultos podem ser responsabilizados civilmente por atos ilícitos que os filhos menores de idade venham a cometer, e ressaltou a importância dos responsáveis darem sempre o exemplo de uma conduta ilibada.

A delegada abordou também questões ligadas ao bullying e ao cyberbullying, enfatizando os traumas que podem decorrer dessa prática. E finalizou sua fala apresentando uma cartilha sobre internet segura (http://internetsegura.br/pdf/internet_com_responsa.pdf), com orientações que podem ser muito uteis às famílias.

O evento, encerrado com um momento dedicado às perguntas da plateia, foi um grande sucesso e os familiares e educadores presentes ao Teatro Abel saíram bastante satisfeitos com tudo o que ouviram e refletiram.

 

     

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