05/03/2014

Ensino Fundamental II

Filosofar é reaprender a ver o mundo (Merleau-Ponty)

Filosofar é reaprender a ver o mundo (Merleau-Ponty)

Os estudantes do 6º ano começaram as suas aulas de filosofia pelo início do filosofar. Se o que gera a filosofia é a admiração, o assombro e a dúvida do ser humano diante da realidade, nada melhor que exercitar estas condições do filosofar na prática. 
Para tanto, as turmas saíram pela escola revisitando pátios, salas, laboratórios, corredores, procurando realidades que por mais que estivessem embaixo de seus narizes, ainda não tinham por eles sido vistas. A princípio, eles pensavam conhecer tudo, visto que muitos estudam a bastante tempo na Escola. Porém, bastou colocar o pé para fora da sala de aula e as novidades começaram a aparecer. 
Seus olhares curiosos, a busca pela novidade, a atitude de estranhamento diante do que já parecia conhecido, o colocar em dúvida as próprias certezas, foram revelando salas desconhecidas, portas até então despercebidas, territórios inexplorados, objetos desvelados, o piso ganhou cor, os degraus da escada foram quantificados, o detalhe das formas saltaram à vista... E, a diversidade dos pássaros e seus cantos foram pela primeira vez notada. 
Após tomarem notas de suas PERCEPÇÕES cada educando elaborou vários QUESTIONAMENTOS sobre cada descoberta, exercitando assim a atitude filosófica de perguntar sobre aquilo que não se tem certeza. De posse das perguntas eles se lançaram à INVESTIGAÇÃO de seus “não saberes”, procurando colegas, professores, funcionários, setores da Escola que pudessem tirar-lhes todas as dúvidas. 
Realizada as PERCEPÇÕES, elaborados os QUESTIONAMENTOS sobre as mesmas, INVESTIGADOS tais questionamentos, foi a hora de SOCIALIZÁ-LOS com os colegas a fim de que cada um pudesse reaprender a ver a Escola para além do próprio olhar individual, gerando assim o olhar da turma. 
Que realidades que já pensamos conhecer e que deveríamos reaprender a olhar? Diante do que deveríamos abandonar o olhar de familiaridade e lançarmos o olhar de estranhamento? Que falsas certezas deveriam ser colocadas em crise? O que nos falta para resgatarmos a criança questionante que um dia sufocamos?
< voltar