23/10/2015

Institucional

Recordar é viver...

Recordar é viver...

Confira o depoimento do ex-aluno Renato Ribeiro Abreu, engenheiro e empresário, presidente do GRUPO MPE, sobre suas lembranças do La Salle Abel – onde ingressou em 1963 como interno – e também sua opinião sobre a postura questionável de algumas escolas, na busca pelos melhores estudantes:

 

Na década de 60, o Abel, recentemente criado, já se destacava como uma das principais Instituições de Ensino do antigo Estado do Rio.

Conheci o Abel através de minha madrinha, Ritta Perlingeiro Abreu, primeira mulher professora do Abel. No começo, existia o curso primário e ginasial, cujos professores eram Irmãos Lassalistas, com raras exceções.

Naquela oportunidade, o Abel tinha internato para alunos de outras localidades, bem como estudantes que se preparavam para serem Irmãos, chamados noviciados.

Dois anos após o término das primeiras turmas do ginásio, o Abel iniciou a primeira turma de científico, da qual participei. O Irmão Amadeu, quando entrei, era o Diretor, sendo grande o número de Irmãos professores, tais como, Irmãos Lino, Cassiano, Bento, Ângelo, Malquer, FabianoHilário, dentre outros da mesma importância para mim.

Fui interno durante todo curso científico, sendo que alguns meses após minha chegada, pedi ao Irmão Amadeu para trabalhar nas horas vagas, na secretaria, e como ajudante no ônibus nas entregas de alunos, ora com Gaúcho, Ademir e Adenir, hoje proprietários da Nipon.

Naquela época, como hoje, o colégio incentivava muito o esporte, as leituras na biblioteca, bem como a parte religiosa. Quando cheguei de São Fidélis – RJ, minha terra natal, tive muitas dificuldades, especialmente em matemática e descritiva, tendo sido orientado pelos Irmãos, quase todas as noites, terminando o ano muito bem classificado, graças à dedicação dos professores. No 3º ano, preparatório para o vestibular, o Abel nos proibiu de fazer curso extra, o que era normal na época, os que fossem fazer tinham que sair do colégio.  Participei do primeiro vestibular unificado em 1965, com quatro universidades, passei para Faculdade Nacional de Engenharia, hoje Escola Politécnica de Engenharia da UFRJ, com opção de escolha para qualquer uma... Praticamente toda turma passou para uma das quatro que participaram do unificado, nas diversas especialidades, Engenharia, Medicina, Direito, Letras.

Hoje, cinquenta anos após meu vestibular, mais de quarenta parentes (irmãos, primos, filha, genro e netos) estudam ou estudaram no Abel, grande motivo de orgulho para mim.

Fico triste quando alguns pais não entendem o verdadeiro espírito Lassalista, que abriga alunos de todas as classes sociais sem distinção, fazendo com que todos participem das provas do ENEM, sem separar os mais preparados, como vem ocorrendo com alguns colégios. Tenho uma neta, muito estudiosa, terminando o 9º ano, sendo assediada por colégios oferecendo bolsa integral. Tenho uma sobrinha, hoje médica, que cursou o Abel, passando entre as primeiras no vestibular do Fundão, tendo sido procurada para receber dinheiro em troca de divulgar seu nome como aluna de tal colégio. Uma sobrinha advogada, que passou para a UFF, PUC e UERJ, pós-graduada nos E.E.U.U., com a presença do Presidente Obama, recebendo o certificado de pós-graduação, pois foi uma das primeiras da turma. Tomei conhecimento que, este ano, diversos colegas de minha neta também foram assediados, sendo que alguns aceitaram.

Citei alguns exemplos de meus parentes que estudaram no La Salle, contudo, conheço diversos colegas e amigos ex-alunos que tiveram e tem grande destaque no cenário nacional, certamente superiores aos por mim citados.

Com toda a crise que o Brasil vem atravessando, presido e sou acionista de um Grupo de Engenharia e Agronegócios, que está entre os maiores do Brasil, conforme revistas Exame e Valor. Graças ao Irmão Amadeu, um dos principais responsáveis pela minha formação, o Abel e todo grupo Lassalista devem ter orgulho do que tem feito pelo nosso Brasil, formando homens e mulheres e educando-os para a vida.” 

Renato Abreu

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