18/11/2024

Cultura

Herança africana é vivenciada na escola

Herança africana é vivenciada na escola

A celebração da Consciência Negra, intensificada com a criação do feriado nacional desta quarta-feira, 20 de novembro, inclui uma série de atividades pedagógicas nos vários níveis de ensino lassalistas relacionadas à valorização da cultura afro-brasileira, à luta contra o racismo e ao respeito à diversidade.

A programação é diversa e foi planejada de forma a estimular reflexões profundas, por meio de histórias, filmes, rodas de conversa, jogos e pesquisas.

Na Educação Infantil e Anos Iniciais, o aprendizado está sendo feito por meio de histórias e atividades lúdicas. Os pequenos da Creche 3 ouviram a história "A Cor de Coraline", de  Alexandre Rampazo, seguida de uma conversa sobre diversidade e uma visita à sala da professora Janaina Schneider, do Atendimento Educacional Especializado (AEE), para dialogar sobre o tema. A professora, que é negra, mostrou fotos de sua família, contando a história dela e respondendo às dúvidas dos estudantes.

O mesmo livro será trabalhado no Pré II em roda de conversa com as professoras, oportunidade em que as crianças refletirão sobre diversidade. Depois, as turmas produzirão trabalhos artísticos que simbolizam a importância do respeito às diferenças, como pintar a silhueta de uma mulher negra, colando E.V.A colorido em seus cabelos para representar a frase “Nossas diferenças fazem o mundo mais colorido”.

As professoras do Pré I contarão a história "As Cores de Mateus", de  Marisa Lopes Soria, e conduzirão um diálogo sobre respeito às diferenças raciais, complementada por um jogo inspirado na narrativa, que pode ser acessado AQUI! As crianças participam da atividade respondendo às perguntas sobre a história.

Contação de histórias traz o tema para o debate no 1º e 2º anos do Ensino Fundamental. Serão trabalhados os livros “A Menina Bonita do Laço de Fita”, de Ana Maria Machado, e o “Meninos de Todas as Cores”, de Luísa Ducla Soares, com produções artísticas valorizando a diversidade e destacando a cor da pele e os cabelos cacheados dos negros.

As turmas do 3º e 4º anos explorarão as influências africanas no cotidiano, como na literatura, gastronomia, música e jogos, e celebrarão a beleza afro-brasileira por meio de atividades artísticas. No 5º ano, o trabalho será com o vocabulário, com a identificação de palavras antirracistas e construção de um mural.

 

Anos Finais e Ensino Médio: pesquisa, cinema e debates

Os estudantes do 6º, 7º ano e 8º anos assistirão nesta terça-feira, 19, ao filme "Duelo de Titãs", de 2000, seguido de atividades reflexivas. Além disso, realizarão pesquisas sobre temas como racismo cotidiano, personalidades históricas e contribuições culturais afro-brasileiras, culminando em seminários e discussões em grupo.

O filme exibido no 9º ano será Raça, de 2016. Os alunos também farão uma dissertação sobre a herança cultural africana.

Um dos destaques da programação para os estudantes dos Anos Finais foi a apresentação do grupo de capoeira da Apomil no pátio da escola.

Na 1ª e 2ª séries do Ensino Médio, o foco será no letramento racial, com os alunos identificando e refletindo sobre palavras e expressões preconceituosas e construindo painéis educativos.

O terceirão aproveitará o tema da redação do ENEM deste ano para desenvolver análises críticas sobre “Desafios para a herança africana no Brasil”. Os estudantes também irão estudar obras de autores negros, como Machado de Assis e Carolina Maria de Jesus.

A coordenadora pedagógica, Marlete Gut, reforça a importância desse movimento na formação cidadã. “O Dia da Consciência Negra nas escolas não é apenas uma questão curricular obrigatória, mas um compromisso social com a formação cidadã e o respeito à diversidade. Esse tema exige um olhar crítico e contextualizado, que permita aos nossos estudantes compreender a relevância histórica e cultural da população negra no Brasil e o impacto do racismo estrutural em nossa sociedade.”

Segundo ela, as ações não são apenas para marcar a data, mas para gerar reflexões duradouras. “Desde a educação infantil, é essencial que as crianças sejam introduzidas a essa temática de forma adequada à sua faixa etária, promovendo o respeito às diferenças e valorizando a pluralidade étnica e cultural do nosso país. Este movimento educativo é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, onde todas as etnias sejam respeitadas e reconhecidas.”

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