No La Salle, as mulheres hoje tiveram um dia cheio de carinho, mimos e mensagens de apoio em sua luta pela igualdade de direitos, respeito e proteção contra o machismo.
O apoio espalhou-se no colégio através de falas, escritos e cartazes produzidos pelos estudantes para marcar o Dia Internacional da Mulher.
No início da manhã, a professora de História e Ensino Religioso, Lurdes Claudete Webler, lembrou os alunos das conquistas femininas ao longo do tempo, como o direito ao voto e as leis de proteção contra a violência doméstica e o feminicídio.
“Para as mulheres hoje em dia, muitos direitos podem parecer naturais, mas nem sempre foi assim. Foi necessária muita luta das mulheres e, principalmente, do movimento feminista para haver essas conquistas.
Ela se emocionou ao discorrer sobre o papel da educação para o desenvolvimento de uma sociedade antimachista e estimulou os jovens a postarem recados de apoio às mulheres em suas redes sociais.
Rapidamente dezenas de mensagens foram publicadas na internet e outras tantas afixadas pelos corredores da escola.
A ação teve o respaldo do Grêmio Estudantil, que também produziu conteúdo a respeito em seus canais de comunicação.
Alguns estudantes do Ensino Médio também criaram e postaram vídeos apresentando dados sobre a desigualdade de gênero no esporte brasileiro, trabalho produzido na disciplina de Educação Física.
O ato cívico da manhã teve a presença da diretora Simoni Priesnitz Friedrich e da coordenadora pedagógica Marlete Gut, além da presidente da APROCOM, professora Simone Rossetto, e demais educadores.
Além das reflexões sobre a luta feminina, o momento marcou o lançamento do projeto Mulheres, que terá diversas ações ao longo de todo o ano no colégio, como palestras e atividades nas respectivas disciplinas.
Como coordenadora, a professora Claudete deixou claro que o projeto é de todos os segmentos da escola e sugestões de ações ainda a serem desenvolvidas serão bem-vindas.
Sobre a data
A data nasceu após uma série de manifestações feministas por melhores condições de trabalho no século XX, e é celebrada até hoje para lembrar das conquistas das mulheres ao longo da história rumo à igualdade de gênero, e para que não se esqueça o quanto ainda é preciso avançar. Alguns marcos dessa luta:
1827 – Meninas são liberadas para frequentarem a escola
1879 – Mulheres conquistam o direito ao acesso às faculdades
1932 – Mulheres conquistam o direito ao voto (91 anos)
1962 – Criação do Estatuto da Mulher Casada - foi permitido que mulheres casadas não precisassem mais da autorização do marido para trabalhar. A partir de então, elas também passariam a ter direito à herança e a chance de pedir a guarda dos filhos em casos de separação.
1979 – Direito à prática do futebol
Um decreto da Era Vargas estabelecia que as mulheres não podiam praticar esportes determinados como incompatíveis com as “condições de sua natureza”.
2006 – Lei Maria da Penha
A Lei nº 11.340/2002 foi sancionada para combater a violência contra a mulher e ganhou o nome de Maria da Penha em alusão a farmacêutica que lutou por quase 20 anos para que seu marido fosse preso após tentar matá-la por duas vezes.
2015 – É sancionada a Lei do Feminicídio
A Constituição Federal reconhece a partir da Lei nº 13.104 o feminicídio como um crime de homicídio.
2018 – A importunação sexual feminina passou a ser considerada crime
A partir da Lei nº 13.718/2018 o assédio passa a ser considerado crime no Brasil
Uma projeção feita pelo Fórum Econômico Mundial em 2018 mostra que serão necessários mais de dois séculos para haver igualdade de gênero no mercado de trabalho. Em outros segmentos, como educação, saúde e na política, as desigualdades entre homens e mulheres precisarão de 108 anos para chegarem ao fim.