Riscos, rabiscos, traços leves ou fortes, manchas, respingos, são algumas das marcas que acompanham as crianças pequenas em suas primeiras experiências com lápis, gizes, canetinhas, tintas, papéis, tecidos e outros suportes.

A Creche II usou e abusou de materiais para desenvolver uma relação criativa com o mundo, sem o limite dos desenhos prontos para pintar. A turma riscou e rabiscou o que quis em diversos tipos de materiais colocados no chão, em paredes e até suspensos por fios.

“As crianças iniciam suas produções artísticas e de expressão muito cedo, sem a preocupação de representar algo que possa ser reconhecido, como uma pessoa ou uma árvore. As primeiras marcas se dão pelo prazer em imprimir manchas ou linhas em um suporte, em ver nascer diferentes formas e cores”, explica a professora Cheila Heinrich.

Assim foi que a turma se sentiu livre para desenhar e pintar em papéis, papelões, rolinhos e na farinha. Todos os contextos e ambientes foram planejados para o aprendizado dessas duas linguagens distintas.

A professora explica que o desenhar relaciona-se com a impressão de riscos em superfícies, e pintar, com a produção de manchas de formas e cores variadas.

Ela lembra que para aprendermos a falar, precisamos estar inseridos em um ambiente de fala e ter bons interlocutores.

Da mesma forma, o aprendizado artístico só se dá se a criança estiver em contato com materiais diversos e ambientes encorajadores.

“Assim como ninguém nasce sabendo falar, também não nasce sabendo desenhar ou pintar. Não é meramente uma questão de dom, como muito se escuta, mas uma questão de oportunidade, de bons contextos e encaminhamentos”, destaca.