10/03/2021

Ensino Médio

Dia da Mulher: reflexões sobre igualdade e violência

Dia da Mulher: reflexões sobre igualdade e violência

No Dia Internacional da Mulher, os estudantes do Ensino Médio refletiram sobre o tema “Igualdade de gênero e Violência contra a Mulher” através das palavras da publicitária, feminista e ativista dos Direitos Humanos, Misiara Oliveira, que atua em Brasília.

As professoras de História, Lurdes Claudete Webler, e de Sociologia, Sandra Freitas, coordenaram o encontro planejado pela área de Ciências Humanas e Linguagens via Google Meet, para lembrar as lutas e conquistas das mulheres ao longo da história. Educadores e estudantes participaram com depoimentos e perguntas.

Em sua fala, Misiara fez referência aos diferentes tipos de violência que as mulheres ainda sofrem e lembrou os altos índices de feminicídio no Brasil, que é atualmente o quinto país com o maior registro de mortes. 

De acordo com a ativista, essa violência é a face mais perversa da desigualdade de  gênero, de raça e classe social enraizada na cultura brasileira, um tripé que exclui mulheres - principalmente negras e pobres - dos espaços políticos e econômicos.

“Somos a maioria da população e eleitorado, mas representamos apenas até 16% nos legislativos municipais e Câmara Federal. Além disso, recebemos na maioria das vezes somente 25% a 50% do rendimento dos homens”, apontou.

Para Misiara, não há como debater a violência contra a mulher sem compreender essas desigualdades. 

“Se a mulher não é um sujeito de direitos na sociedade, também não tem direito sobre o seu corpo, sua autonomia. Aí é que a violência se estabelece. O homem acha que pode bater, calar ou matar” - destacou, dando exemplos de casos famosos em que a Justiça absolveu agressores levando em conta o antigo argumento da defesa da honra.

Diante do contexto da pandemia, a feminista declarou que as mulheres foram as maiores vítimas, sofrendo mais com a violência doméstica e o desemprego, sendo as primeiras a serem demitidas mesmo responsáveis pelo sustento de 47% dos lares brasileiros.

Misiara lembrou ações positivas que fizeram avançar o sistema de proteção às mulheres, como os movimentos He for She (Eles por Elas) e as leis Maria da Penha e do Feminicídio. Alertou, porém, que esse sistema precisa de mais delegacias especializadas e de abrigos de acolhimento às vítimas.

Ela defendeu a educação como um espaço estratégico para mudar essa realidade, desconstituindo os estereótipos, que são os papéis nos quais culturalmente e historicamente a mulher é colocada na sociedade - apenas como mãe e dona de casa.

 

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