16/04/2019

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Mais de 1.500 pessoas participam de missa da Rede

Mais de 1.500 pessoas participam de missa da Rede

"Um coração, um compromisso, uma vida para viver com todos". Às primeiras notas da Orquestra La Salle, os adolescentes ao microfone repetiam com intensidade a frase, sob a liderança de Thiago Oliveira, membro da Pastoral do Colégio La Salle Abel. Formavam um coro que não se limitava, entretanto, a eles. O refrão, cantado em português, está em outras línguas ("Un corazón, un compromiso, una vida para vivirla con todos los demás" / "We share on heart, one commitment, one life to live with all the rest" / "Um coeur, um engagement, une vie"), por se referir a uma identidade que é mundial: ser lassalista. No dia 12 de abril, os 300 anos de legado do responsável por esta integração, São João Batista de La Salle, foram celebrados com missa campal no colégio, que completa, em 2019, 64 anos de existência. Junto da bandeira do Abel, outras duas foram levadas com orgulho por colaboradores que integram as casas: o Centro Universitário La Salle do Rio de Janeiro e a Escola La Salle Rio de Janeiro, instituições igualmente envolvidas na organização do evento. O público atendeu ao chamado da Rede La Salle no Rio e venho em peso: mais de 1.500 pessoas, entre novos e antigos alunos, compareceram à celebração eucarística, presidida pelo arcebispo de Niterói, Dom José Francisco.

Alexandre e Carmem Gripp são ex-alunos, mas na história de suas vidas, não há capítulo sem La Salle. Ele, aluno perseverante do Abel. Ela formada pela La Salle de Botucatu. Ele jogador de basquete na adolescência, ela de handebol. Como se conheceram? Em uma Lassalíada. "No ano de 1989", lembra Carmem com precisão. Com três filhas, duas na faculdade (ex-alunas do Abel) e a terceira na escola (aluna do Abel), o casal presente na missa não esconde as lágrimas quando questionado "O que é ser lassalista para você?". "Ser lassalista é tudo", decreta Carmem, "É ter orgulho de vestir a camisa do colégio, de ter uma base religiosa, um excelente ensino, de saber conviver com as pessoas. Nos emocionamos muito, pois temos o colégio no nosso coração. E toda a Rede. Tenho parceria na França, então já tive o prazer de conhecer Igrejas e colégios La Salle lá. Temos um carinho enorme". Já Alexandre Gripp, utiliza as palavras "amor, fraternidade e irmandade" para definir esse espírito:

"Eu tenho um grupo de amigos da época em que nos formamos no La Salle Abel. Hoje no meu trabalho atendi a mãe de uma colega lassalista, nos falamos até hoje. A união que criamos aqui dentro carregamos para a vida inteira. Poder dar isso para as nossas filhas é muito gratificante". O ex-aluno foi convidado a ler uma das preces para a comunidade, justamente a que fazia menção às vidas impactadas pelo legado dos 300 anos. Na frente de tantos lassalistas, as palavras do Alexandre pai eram também as do menino, aquele que um dia recebeu a canetinha dourada das mãos do Irmão Amadeu. "A cidade de Niterói viu crescer a obra lassalista e cresceu com ela. Por nossos ex-alunos, colaboradores e familiares, que nos permitiram com sua dedicação e esforço construir um legado do qual podemos nos orgulhar, oremos", pedia.

Yuri Martins e Gabriela Torres, que se despedem este ano da La Salle RJ, mostraram como a escola tem trabalhado o tema dos 300 anos 

A construção unindo os três espaços educativos da Rede em Niterói soma 91 anos e os sonhos não param por aí. Em entrevista ao término do evento, o Irmão Jardelino Menegat, um dos diretores da Escola La Salle RJ, se disse surpreso com o que testemunhou naquela tarde de sexta-feira. "Sentimos e percebemos que La Salle somos nós hoje, isso é uma alegria para a nossa comunidade, unindo a Escola La Salle, o Unilasalle-RJ e o Abel. Foi além das nossas expectativas. Esperávamos de 800 a mil pessoas e, sem dúvida nenhuma, ultrapassamos esse número", comemorou.

Não à toa, o celebrante Dom José Francisco falava em sua homilia sobre a necessidade de louvar a Deus pelo que São João Batista de La Salle conseguiu plantar, mesmo diante de desaprovações, como as de "autoridades educacionais daquela época que ficaram preocupadas com os métodos inovadores de La Salle e com o seu desejo de gratuidade para todos. Mas, uma obra de Deus sempre cresce". O coração generoso do padroeiro dos educadores, que colocou "os seus dons a serviço dos mais pobres" foi estimulado também nos presentes. As contribuições recolhidas no ofertório, por exemplo, ajudarão às obras lassalistas em Moçambique, país que junto de Zimbabué e Malawi foi assolado este ano pelo ciclone Idai. As urnas seguem nas instituições para doação até a próxima quarta-feira, 17 de abril, e também podem ser feitas por site

Unidos tanto pela partilha quanto por laços coloridos, que ligavam as estrelas representando as cinco regiões lassalistas na celebração, uma só comunidade ecoou seu canto. As estrelas carregadas pelas crianças, alunos da Escola La Salle e do Abel, mostravam que somos todos um coração, um compromisso, uma vida.

No centro da foto, a aluna da La Salle RJ Gabriela Alves carrega uma das estrelas

 

Relembrar o passado

Tocado pelo espírito lassalista ao ler esta matéria, o Irmão Ignácio Lúcio Weschenfelder, fundador da Escola La Salle RJ, enviou depoimento no qual relata o surgimento da Rede no estado do Rio de Janeiro. Confira:

"A primeira comunidade lassalista fundada no Rio foi em Jacarepaguá, no ano de 1937. Nessa data, três Irmãos assumiram a obra, o Instituto São Luiz de Jacarepaguá. O lugar situa-se a uns 200 ou 300 metros acima da famosa Praça Seca. Dos três Irmãos fundadores, um era o Ir. Boaventura (Giuseppe Pegoraro), que dá nome ao Núcleo de Prática Jurídica do Unilasalle-RJ. É bom que a comunidade religiosa de Niterói recupere um pouco desta história. Fato marcante foi que em 1952, ao ser lançada a pedra fundamental do então Instituto Abel, a bandinha dos meninos abrigados pelos Irmãos em Jacarepaguá tocou, marcando com sua presença a fundação da nova obra. Ainda observo que mais de 30 Irmãos trabalharam em Jacarepaguá, de 1937 a 1952. O prédio de dois andares, que a comunidade pioneira de Jacarepaguá construiu, está bem conservado, bem como a capela (transformada em centro cultural) e a gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Ali funciona atualmente um colégio estadual. A estátua de Jesus Cristo, de tamanho considerável, ainda se encontra no alto do andar superior".

 

Por Luiza Gould

Fotos Asa1000 Fotografias

Ascom Unilasalle-RJ 

 

 

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