14/02/2020

Institucional

WhatsApp e escola

WhatsApp e escola

 

 

Uma conversa inicial: pais, WhatsApp e escola.

 

 

 

Prezada Comunidade Educativa, esperamos encontrá-los bem!

 

“O exemplo causa impressão muito maior que as palavras no coração e na mente das crianças. É preciso que vossos exemplos instruam nossas crianças muito mais que vossas palavras”.

São João Batista de La Salle

 

Muito já foi discutido por vivermos em um mundo pós-verdade, no qual aquilo em que acreditamos se torna real, independentemente, de condizer com a realidade ou não. Isso causa consequências em nosso contexto social, já que afeta várias vidas, não só a dos envolvidos na história. 

A disseminação de notícias falsas é um problema sério em nossa sociedade. Isso sempre toma uma proporção ainda maior no ambiente escolar, associado à educação de crianças, como vivenciamos atualmente, em situação específica que nos diz respeito diretamente: os grupos de pais em WhatsApp.

Essa prática de comunicação entre os pais de alunos de um mesmo ano tem sido, cada vez mais, comum e, em certa medida, eficaz. Embora isso agilize vários aspectos da rotina escolar ou social das crianças, a comunicação por grupos via WhatsApp traz novas dinâmicas que nem sempre são construtivas, seja para os filhos, seja para a maioria dos pais envolvidos ou, até mesmo, para a escola.

Ressaltamos que as oportunidades de comunicação são fundamentais para nossa vida em sociedade e toda a oportunidade de interação deve ser muito bem aproveitada. Para que isso ocorra, os momentos de comunicação devem se dar em um clima respeitoso, gratificante e proveitoso, na direção da melhor formação e fortalecimento dos valores de nossas crianças e nossos jovens.

A fim de refletirmos sobre esse tema, compartilhamos com os senhores o vídeo da advogada e especialista em Direito Digital, Patrícia Peck Pinheiro, sobre pais e mães em grupos no WhatsApp. Destacamos que precisamos de alguns cuidados ao trocar mensagens sobre o dia a dia escolar dos filhos, pois alguns problemas podem acontecer a partir de temas compartilhado e discutidos no grupo.

 

 

Pontos importantes:

  • Não se deve expor, jamais, um menor de idade sob o risco de sofrer penalidades legais.
  • Não se dever filmar crianças e ou adolescentes, sem autorização prévia, muito menos filmar e compartilhar.
  • Tudo que é escrito no WhatsApp está registrado, e é um documento, e pode ser considerado prova jurídica, apesar de a mensagem ser criptografada.
  • O que está nos grupos de WhatsApp pode ser considerado público, afinal várias pessoas têm acesso ao material.

No vídeo que sugerimos, vale a pena observar que a especialista nos leva a refletir sobre nossas próprias posturas. Uma reflexão feita é acerca da maneira como tratamos algo a respeito de nosso filho com a escola. Não expomos a intimidade de nossas crianças em público, sequer apresentamos seus problemas, e isso deve ser estendido ao mundo digital, sempre. Portanto, grupos de pais e mães no WhatsApp podem ser muito úteis, mas não devemos esquecer que existem os canais oficiais da escola para tratar determinados assuntos, principalmente, para que haja a manutenção do sigilo.

Assim, precisamos ter a consciência de que, para a resolução de certos dilemas e problemas com nossos filhos na escola, mais eficiente do que expor a questão em grupos de WhatsApp, melhor é o contato diretamente com a escola. Isso porque, embora os canais alternativos de interação surjam com objetivos específicos, na maioria das vezes, acabam se transformando num espaço de múltiplos interesses e podem perder sua proposta original.

É preciso observar que a escola e seus profissionais não fazem parte de grupos de pais no WhatsApp, de forma que, caso sejam disseminadas, por meio desses grupos, notícias inverídicas, os profissionais da educação não têm como se defender. Ademais, acontece, de forma recorrente, que alguns conteúdos chegam até nós por meio de pais incomodados ou angustiados com o teor e a abordagem de temas compartilhados nesses veículos de comunicação. Com certeza, isso não ocorreria se a questão fosse tratada, de maneira a se respeitar os múltiplos olhares possíveis acerca da situação ou se o problema fosse diretamente levado à escola.

Nesse contexto, questionar a intencionalidade do grupo é salutar para se compreender as relações entre pais e pares, e, mais do que isso, como agir na educação de nossos filhos. Afinal, pais e escola são parceiros no desenvolvimento de nossas crianças e todos devem estar unidos e com abertura para agir em prol desse objetivo. Ensinar às nossas crianças a importância do seu posicionamento crítico frente a situações com que não concordam e ou concordam, é primordial. Por isso, nós, pais e educadores, devemos fazer o mesmo, como exemplo direto aos nossos filhos, e, quando não concordar com algum conteúdo, também devemos nos posicionar.

Reiteramos que a nossa escola está aberta para o diálogo construtivo entre a comunidade educativa e a família. Estamos juntos na formação de nossas crianças.

Viva Jesus em nossos corações. Para sempre!

Atenciosamente, Equipe Diretiva.

 

 

< voltar