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Em seu Livro Homo Deus, Harari (2017) o autor imaginou a existência humana num futuro dominado por algoritmos e a Inteligência Artificial - IA, onde se pergunta no final sobre o que vale mais a consciência ou a Inteligência Artificial, pois esta última poderá saber mais que os humanos.

Um dos aspectos abordados é o que chama de Revolução Humanista (p.227) onde destaca, entre outros aspectos três momentos até se chegar ao momento atual desta revolução.

Para o autor, a revolução humanista, é a tendência atual, presente em todas as transformações sociais. O cerne da revolução religiosa da modernidade não foi perder a fé em Deus, e sim, adquirir fé na humanidade. Antes só Deus era capaz de criar e definir bondade, correção e beleza. Agora a humanidade também é capaz de desenvolver sua própria bondade e beleza. Sempre vem a pergunta das pesquisas de opinião: “bem, e como você se sente em relação ao que aconteceu?” O humanismo pressupõe que cada ser humano tenha um “eu” interior único e autêntico, mas quando se tenta escutá-lo, frequentemente se depara com uma cacofonia de vozes conflitantes.

            O autor apresenta em três etapas a evolução do conhecimento humano:

a) Na Europa medieval, a principal fórmula para o conhecimento era: Conhecimento = Escrituras x Lógica (multiplicado, pois os elementos funcionam um sobre o outro, em forma dialética). Assim, para ter acesso ao conhecimento, se deviam ler as Escrituras, pois elas representaram o conhecimento da revelação sobre o homem e o mundo, e usar a lógica filosófica para compreender o seu significado. Isto é, o que Deus disse e o que a lógica dedutiva descrevia da realidade e da vida.

Assim, para ter acesso ao conhecimento, explicar ou resolver qualquer problema teórico ou prático, ético ou moral, religioso ou social a fonte de conhecimento está nas Escrituras e se observa o que elas dizem a respeito do problema e se fazem as aplicações lógicas específicas.

b) A revolução científica do Século XVII propôs uma fórmula diferente para o acesso ao conhecimento: Conhecimento = Dados Empíricos x Matemática. O conhecimento era elaborado a partir de dados empíricos relevantes sobre a vida, o mundo, a realidade e, depois, usando as fórmulas matemáticas como metodologia de análise, se chegar ao conhecimento teórico e prático. Isso significava buscar o conhecimento em observatórios, laboratórios, pesquisas... e com fórmulas matemáticas elaborar as conclusões. Fortaleceu-se assim, a metodologia científica e a fundamentação matemática e física do conhecimento.

c) No humanismo atual, à medida que a humanidade criou confiança em si mesmo, surge uma nova fórmula para alcançar o conhecimento: Conhecimento = Experiência x Sensibilidade. A partir desta consistência, o conhecimento é elaborado com experiência conjugado com a sensibilidade. A experiência inclui três ingredientes: sensações, emoções e pensamentos. Três elementos antropológicos significativos que se constituem com as sensações, emoções e pensamentos elaborados no momento, como variáveis instantâneas. A sensibilidade, por sua vez, inclui as emoções e a influência que exercem sobre a pessoa em sua forma de sentir e agir, em determinado momento. Assim, o que tem sentido é a forma de experienciar e sensibilizar-se sobre si, sobre a vida e a realidade.

 

Lucas do Rio Verde, Novembro de 2018.
Prof. Dr. Nelso Antonio Bordignon, fsc
Diretor Geral - Faculdade La Salle
 

 

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