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Cada vez mais as mulheres ganham espaço como líderes de negócios. E uma das áreas que mais cresce na busca por conhecimento e aplicação de conteúdo no trabalho é o setor agrícola.  Lurdes Beatriz Andrade, Aline Inês Sulzbach e Renata Possamai são exemplos disso. As três são agricultoras do Vale do Taquari e estudam Agronegócio na Faculdade La Salle para melhor empreender em seus cultivos.

Conforme pesquisa divulgada recentemente no I Congresso Brasileiro de Mulheres do Agronegócio, 13% dos gestores que atuam na gestão da agricultura são do gênero feminino. Isso significa uma ordem de 650 mil mulheres empreendendo e líderes em suas propriedades.

De acordo com a coordenadora do Curso de Agronegócios da Faculdade, Rosemari Kreimeier, quando uma pessoa que lida diariamente no campo e busca conhecimento técnico ela concilia a prática com fórmulas e cases de sucesso e isso faz com que a agricultura se torne um setor rentável e promissor. “Ela aprende a administrar os erros e acertos e a melhorar sua propriedade, fazendo com que se torne um negócio de verdade e assim incentive os filhos a ficarem também no campo, seguindo com o negócio da família.”

Destaca que a presença das mulheres na busca por mais conhecimento na área rural cresce constantemente e avalia que como líderes agrícolas conseguem manter a sensibilidade, capricho e dedicação nas atividades que desenvolvem. “Elas cuidam das atividades, da casa e ainda se esforçam para receber o retorno da atividade.”

Destaca que a mulher ocupa um espaço dentro da propriedade e junto com o homem deve traçar objetivos e trabalhar para alcançá-los.

 

 

A dona das estufas de hortaliças

Lurdes Beatriz Andrade, 40 anos, de Linha Herval, Imigrante, é técnica em agropecuária e estudante de Agronegócio na Faculdade La Salle de Estrela. Filha de pequenos agricultores, aos 16 anos buscou na cidade seu primeiro emprego. Passou por diversas áreas, desde fábrica de calçados, frigorífico, pintora de marcenaria, empregada doméstica, até funcionária pública e professora de aulas de técnicas agrícolas.

As experiências foram positivas para agregar conhecimento, mas também fizeram com que ela visse a necessidade e o desejo de voltar para o campo e investir em um negócio rural. Em janeiro de 2017 ela construiu duas estufas para hortaliças e começou a cultivar vagens e tomate cereja no sistema orgânico.

Sua desenvoltura no campo vem da família. “Sempre, as mulheres auxiliavam diariamente nos serviços das lavouras e lida com o gado.” Agora, conta que ela administra o negócio. “Meu marido faz almoço e eu cuido das estufas.”

Para agregar ainda mais valor e empreender de forma correta ela buscou ajuda na faculdade. “De nada adianta trabalhar de sol a sol sem saber administrar sua empresa rural da forma certa.”

 

 

Empresária do leite

Aline Inês Sulzbach, 22 anos, de Estrela, é um exemplo de sucessão rural. Desde pequena acompanha os pais e irmãos na agricultura e agora, adulta e casada, ajuda na administração e trabalho de uma das maiores propriedades de produção de leite, frangos de corte e serviços com máquinas da cidade. “Desde pequena aprendi a ordenhar as vacas e permaneço nessa função até hoje.” Na propriedade de sua família, as mulheres se dedicam à ordenha, limpeza e funções domésticas, e os homens lidam mais com as máquinas e serviços braçais.

Aline tem clara sua ideia de futuro no campo e diz que seguirá com o trabalho da família, mas de forma evoluída. “Quero acompanhar a tecnologia, o manejo com os animais e o controle dos custos.” Por meio dos estudos, ela pretende se qualificar e superar os desafios do Agronegócio atual, em que a competitividade é determinante para as negociações.

 

          

A jovem empreendedora dos Hortifrutis

Renata Possamai, 21 anos, de Imigrante, é uma empreendedora no cultivo de hortifrutis como laranjas e bergamotas, banana, abacate, manga, alface, repolho, beterraba, couve-flor e brócolis. Tudo o que produz é vendido em mercados, empresas com refeitórios, e na feira do produtor do município.

Mesmo jovem, ela já sabe que quer ficar no campo. Filha de agricultores, cresceu na lida com vacas, frangos de corte e cultivo de laranjas. “Sempre auxiliei meus pais nas atividades, assim como meus irmãos. Eles resolveram sair e eu ficar.”

Renata até tentou deixar o campo há seis anos, quando trabalhou no setor administrativo de uma empresa da cidade. Logo percebeu que poderia desenvolver um negócio agrícola na propriedade familiar. A jovem que ingressou em um curso de Logística, logo mudou a visão de estudos e passou a cursar Agronegócio da La Salle.

Como empresária da área, ela busco dentro da atividade de hortifruti elevar o fornecimento, ser reconhecida dentro do ramo, melhorar constantemente a produção e a produtividade, ingressar aos poucos numa produção agroecológica e assim ser ainda mais reconhecida e procurada pelos clientes.

Sobre o paradigma que homens devem liderar os negócios no campo, Renata pensa a disputa está associada a ideias antigas e ultrapassadas. “A mulher tem todas as condições, assim como os homens de atuar em qualquer atividade no mercado de trabalho.”

 

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